TAG Continua pra mim!

     Isso foi inspirado num "movimento" que os quadrinistas fazem anualmente quando que cada um faz uma tirinha resultando numa historia em quadrinhos no minimo estranha.Mas como nós blogueiros não somos lá aquela coisa pra tirinhas eu resolvi fazer a mesma coisa  versão historia,ela ñ tem um nome ainda (culpa minha) mas enfim,vamos lá:

Personagens:
Maya


"Ele"




Kala


Kayro
Juno (Personagem de Nima)
Bali (personagem de Nima
Capitulo 1
Por: Júlia Esther

  Ela abriu os olhos.Estava cansada,as patas machucadas,sentia um tontura e dor de cabeça,via,em sua frente uma velha leoa,que não conseguia reconhecer
-Quem..Que, é você? -sua voz estava fraca,rouca
-Acalma-se pequena,vai tudo ficar bem -ela tossiu,a velha leoa se aproximou
-Levante-se -ela a obedeceu -Qual seu nome?
-Não...Eu não...Sei -ela abaixou a cabeça,cansada
-Como não?
-Não lembro de nada só...Eu tava fugindo e...tinha hienas...elas...eu...-suspirou -Não sei
-Você não tem família,então? -ela balançou a cabeça,como saberia? -Você precisa de um nome -ela assentiu
-Maya
-O que?
-Seu, nome,Maya.Chamo-me Kisha 
-Ann...oi?
-Sabe fazer alguma coisa?
-Tipo?
-Caçar,rugir,defesa.ataque...
-Provavelmente -siga-me -elas saíram da caverna,o lugar era extenso,muitas arvores e um belo lago ao longe
-Uau..!-ela sorriu,os olhos brilhando,era um lugar simples mas muito bonito
-Então garota,espero que não se importe de ficar por aqui...
-Porque?
-Nossa,sua memoria está péssima mesmo,não sei se reparou...Mas você é um leopardo! -ela olhou para as próprias patas,manchinhas dançavam sobre seu pelo a medida que caminhava,ela levantou a cabeça,elas passaram pelo lago,até uma caverna mais afastada -Os filhotes ficam aqui,acho melhor conversar com eles -com essa sentença de distanciou da leopardo.Ela se aproximou,meio receosa
-Ola? -os filhotes se viraram á ela,aparentemente tinham a mesma idade,apesar de serem menores,uma leoa se aproximou
-Oi garota,quem é você?
-Maya (eu acho)..
-Bom,eu sou a líder aqui,só pode entrar se falar comigo...-um leão a interrompeu
-Ei só ignora ela Maya,é só egocêntrica proposito,sou Kayro e ela minha prima,Kala...-ele se aproximou discretamente -Mais conhecida popularmente de Mala
-Kayro! -os dois riram
-Vem! -ele a chamou -Vamos te mostrar o lugar
 O dia passou rápido,pelo menos para a leopardo.Por varias vezes se obrigou a lembrar mas simplesmente não conseguia,então concentrou-se em conhecer os filhotes e a geologia do lugar. Kala era a futura alpha,por isso o orgulho excessivo,mas quando tinha humildade para abaixar as orelhas té que era uma boa amiga.Ficou decidido que Kisha,a curandeira teria a missão de educá-la.Em pouco tempo,com as conversas e brincadeiras a noite chegou
-Tchau May -o leão se despia a medida que voltava a caverna
-Você até que é legal novata...A gente se vê -ela sorriu,não demorou a voltar para a caverna.Não havia ninguém lá exceto ela própria que ficou a olhar todos os potes e as pantas estranhas da curandeira...
"O líder só me dá preocupações,será que ele não pode comandar um território sozinho?" -ela se virou,Kisha aparecia na porta
-O que? -a leoa se aproximou
-Do que está falando?
-O que você disse?Sobre o rei? -a leoa a encarou
-Eu não disse absolutamente nada.Você enlouqueceu? -ela abaixou a cabeça
-Ann,nada,eu devo ter imaginado...Desculpe
-Ótimo,agora vá dormir.Aqui nós acordamos cedo -ela obedeceu sem pestanejar
"Ela deve ter enlouquecido,um sono lhe fara bem"
-E agora?Você falou,não falou
-Vá dormir,Maya,não insista -ela foi dormir,contrariada.Ao contrario do esperado teve sonhos tumultuados...

 Ela acordou,estava na caverna mas algo estava errado .Kisha não estava ali
-Maya... -ela balançou a cabeça,a voz vinha de lugar nenhum e ecoava em sua mente -Siga-me...- do lado de fora da caverna,uma estranha forma se encontrava

Não era bem esse o proposito da imagem mas veio a calhar...só finja que é um leopardo
-Quem é você?
-Não gaste seu tempo com perguntas...Você tem pouco tempo.O ciclo reiniciou,deixe-os viver.Faça a escolha certa
-Mas o que...
-Não se deixe levar pela ignorância.eles estão vindo.Você sabe o que vai acontecer...Não repita o mesmo erro...Salve-os.

 Ela levantou,confusa,tinha um sonho...mas não consegui se lembrar.Tinha a estanha sensação de que deveria partir,deixar aquele lugar.Mas ela não o fez.Ainda estava de noite,voltou a dormir

-O que você fez? -ela balançou a cabeça -Sua ignorante!Aquele que o chama de hienas !Eles a seguem!Agora este lugar será dizimado!Você perdeu sua chance!
-Chance?
-Escute o que eu digo,eles virão.E quando virem não terão piedade.E ela será a primeira.O leopardo apontava para a curandeira,que dormia 
-O que vai acontecer com ela?
-Vai morrer.Você deixou isso acontecer Maya.Você não me ouviu!
-Mas...Por que?
-Você é especial,ilusão por isso que  a relíquia a pertence -ela apontou para o pescoço da leopardo. Nele um colar com uma pequena pedra azul reluzia
-Mas o que...
-Não deixe ele a pegarem, ilusão,senão haverão consequências... a começar por você...- vario vultos escuro se aproximavam rapidamente -Eles estão vindo!Corra ilusão! -os vultos atacaram o leopardo ate sua luz se apagar quando caiu,inerte no chão,sumindo segundos depois.Eles a encaram em seguida para partir para o ataque...

Ela gritou.O dia estava claro.Ela se levantou rapidamente e correu em direção a Kisha,que dormia,ela não pode deixar de reparar um estranho colar em seu pescoço mas não era importante agora.ela tinha tido um sonho estranho e a intuição lhe dizia que coisa ruins estavam pra acontecer


-Kisha? -ela sacudiu a leoa -Kisha? -ela já sentia as lagrimas e uma estranha e familiar sensação lhe tomar a alma..A leoa estava fria -É minha culpa...

Capitulo 2
Por: Nima

 Maya chorava sobre o corpo de Kisha, o coração de pesado de culpa. 'Você deixou isto acontecer!'
As palavras da estranha figura do seu sonho ainda ecoavam, sem sentido. Em breve as lágrimas secaram, e a leopardo fitou a velha leoa, os olhos vazios e doridos. De repente, o barulho de passos ecoou no exterior, despertando Maya do seu transe. E agora?
Rapidamente, tirou o colar da leoa e que tanto se parecia como o do sonho. Escondeu-o com a pata mesmo a tempo, o coração pulando no peito, antes que Kala e duas outras leoas mais velhas entrassem.

- Kisha, precisava que... Oh não! - uma delas, marrom e de olhos azuis, exclamou.




Juno e Bali, da esquerda para a direita
A outra correu para a velha leoa com um grito e abraçou a, murmurando palavras doloridas.
 - O que aconteceu? Bali teve de perguntar várias vezes até que Maya respondesse:
- E-eu não sei, acordei e ela-
- Mãe...- a leoa que estava no chão chorava agora, e a marrom aproximou-se dela.
- Pronto, Juno... Ela está num lugar melhor agora...
Maya olhou para a filhote ao seu lado que fitava a cena com um ar frio. Parecia que ela se esforçava por não chorar. De repente ela olhou de volta e surpreendeu a com a dureza na sua voz.
- Entrou aqui alguém?
 - Eu acho que não, use dizer...
 - Achas? Então alguém podia ter entrado aqui e morto a Kisha, que tu não reparavas?
 - Kala! Basta! A Maya não tem culpa. Podes ser herdeira, mas nem tu podes mudar o Ciclo da Vida!

Kala saiu da caverna como um raio, depois de ouvir as palavras duras da leoa, que, agora Maya se lembrava, se chamava Bali. Juno saiu também, ainda com lágrimas dos olhos. Bali e a mais nova entreolharam-se, o corpo de Kisha no meio delas.

- Está tudo bem, pequena. É como eu disse: todos fazemos parte do Grande Círculo...e no há nada que possamos fazer para o evitar...

Ela estava enganada. A leopardo não sabia como, mas o seu sonho não fora apenas um sonho. Fora uma visão, e a figura misteriosa nada tinha a ver com a harmonia e o Ciclo.

Alguma coisa lhe tinha acontecido, antes de perder a memória, antes das hienas, antes...
**

Mais tarde, todos souberam que Kisha tinha partido. Agora que Maya estava de novo sozinha Juno, a filha da leoa falecida, adotou-a.

- Não importa se és uma leopardo. É o que a minha mãe quereria: ela gostava muito de ti, querida... - disse-lhe ela.

Assim, a vida da pequena felina, tão diferente dos outros, tornou-se um pouco mais normal. Apesar do que tinha acontecido, Kala não a tratou mal, apenas se mantinha um pouco distante. Todas as noites, Juno e Maya viam as estrelas, e a leoa disse-lhe que uma delas era Kisha...
Maya manteve o colar que lhe parecia igual ao que vira no sonho. Não falou dele a ninguém, e ninguém fez perguntas, por isso ela tentou esquecer o assunto...
O sonho...


Capitulo 3
Por: An@ Caro||in@


E tudo que ela teme ganha vida quando sonha...


E o tempo correu, mas nem tanto assim, afinal, se o tempo corresse rápido como só o mesmo sabe, como essa história poderia continuar? Bem, é melhor ir ao ponto...

Era uma tarde muito agradável, Maya descansava na sombra de uma árvore não muito distante de onde todos os outros ficavam. Um lugar ótimo para se estar de fato, e não demorou até que Kala e Kayro aparecessem. Ele - como sempre - mostrava-se simpático, não só com ela, como também com todos. Ao contrário de KalaMaya percebia como ela olhava para si depois da morte de Kisha, parecia que com aquele olhar gélido ela ainda pudesse ver a anciã estirada bem á sua frente... Nunca mais tinha mandado indiretas como também nem sequer quisera tocar no assunto.

Ambos conversavam pacificamente, os olhos fitos no céu de anil repleto de nuvens brancas. Aquilo com certeza a fazia sentir-se em casa, porém, também fazia com que pensasse ainda mais em quem era de verdade...

Foi perdendo-se em seus próprios pensamentos, sentiu uma leve cutucada no ombro:

-Hey acorde. - falou Kala secamente

-Ahn? - assustou-se

Maya, observou atentamente os olhos da leoa, e se eles vissem a verdade?

Desviou o olhar.
-Você fez de novo.
-Fiz de novo o quê?
Aquelas perguntas com certeza irritavam Kala, que não gostava nem um pouco de ter de respondê-las.
-Deixe ela Kala, sonhar acordado de vez em quando não faz mal á ninguém. - interrompeu Kayro
Kala fechou a cara.
-Oh sim, de vez em quando, mas Maya faz isso SEMPRE. - destacou a última palavra Kayro revirou os olhos.
-Não importa, é bom deixá-la assim, quem sabe se desta forma se lembra de alguma coisa?
Kala bufou resmungando baixinho, era óbvio que ela discordava do primo.
Logo esqueceram o assunto e distraíram-se com as nuvens. A leopardo observava as inúmeras formas que cada uma deles continha, e imaginou se tudo seria melhor quando se é uma nuvem. Apenas estar no céu, sem preocupar-se com nada...
-Olhe aquela ali me lembra um suricato! - apontou Kayro sorrindo para as duas
-É e aquela ali me lembra um calau. - falou Kala, os olhos fitos na imagem
Já a Maya pareceu algo diferente, sim, que só ela saberia distinguir. "É aquele leopardo de meu sonho!", pensou. "Não só ele, mas também todos os outros personagens...!"
-Algum problema Maya? - perguntou o leãozinho preocupado
Maya trincou os dentes nervosa.
-Não é nada... - disse baixinho, mas estava claro que ela negava.
-Que foi? Parece-me estranha... - a leoa de olhos vermelhos olhava-a cortante
Maya nem ao menos quis opinar, somente levantou-se e saiu.
Mesmo não querendo admitir o sofrimento havia voltado... Ele tinha voltado!




~//~




Maya corria como nunca havia feito antes, uma corrida sem destino e rota, apenas o fazia por querer, afinal, não era essa uma boa maneira de pensar?
Correu tanto que ao parar deitou-se na copa de uma árvore e adormeceu ali mesmo, sendo transportada do seu mundo ao mundo dos sonhos, onde ninguém a tiraria tão cedo...

"Não durma, não durma! Por favor, pelo menos não hoje!", uma voz suave que ecoava dentro de sua mente sussurrava, mas Maya não a ouviu, e dormiu...

Sentia que estava sendo levemente cutucada.

O que seria?

E ao abrir os olhos cansados de sono deparou-se com ninguém que Kala. Ela parecia estranha, os olhos pesados... Mas Maya decidiu não se meter, e sim, perguntar o motivo da leoa estar por ali:

-Kala? - piscou os olhos irritados pela luz. - Porque me acordou?

Kala olhou para os lados antes de falar.

-Preciso que venha comigo para casa, preciso te dizer algo.

Maya não sabia o que pensar, Kala iria abrir-se pra ela? Aquela que nem mesmo dava um "bom dia" direito? Bom, naquele momento tudo cheirava á confusão, e nem mesmo ela sabia se aquilo era real ou se ela ainda estava sonhando... Mesmo assim concordou, e sendo seguida por um movimento do rabo de Kala a acompanhou.




~//~




Estavam quase concluindo seu trajeto, mas nos pensamentos de Maya algo não parecia certo... Era certo que o tempo havia fechado um pouco, nuvens negras cobriam o céu... Porém, o cheiro, de medo, era estranho, e durante quase o caminho todo não haviam encontrado nenhum dos habitantes que costumavam encontrar.
Quando enfim pararam Maya resolveu que não tinha melhor momento que aquele para perguntar o que estava acontecendo:

-Kala, já pode me dizer o que queria.

Ao Maya pronunciar essas, aparentemente, simples palavras, Kala desabou em lágrimas, e aos soluços buscava falar o que parecia ser uma explicação para algo.

-Desculpe, Maya. Eu não pude!

A leopardo encarou-a ainda confusa, e tentava de todos os meios acalmá-la, porém, parou de imediato ao notar que ambas se encontravam envoltas por sombras...




*fim do Capítulo 3*


Capitulo 4
Por: Lady Gabes

 - Desculpe, Maya, eu não pude!
     A leopardo encarou-a ainda confusa, e tentava de todos os meios acalmá-la, porém, parou de imediato ao notas que ambas se encontravam envoltas por sombras.
     - Eu não consegui te proteger!
     Maya olhou assustada ao redor, perguntando-se todos os momentos: "O que diabos está acontecendo?!"
     - Como eu esperava. Ela não foi capaz. - um leão se fez de sombras. Ele era negro e seus olhos amarelos. Eram profundos, capazes de fazer qualquer um se perder neles. Sua juba era grossa e maltratada. Parecia que não encostava em um pingo de água à meses.
     -  C-como assim?! - Maya recuou, aflita, confusa, perdida.
     - Vá, explique-se, covarde. - ele cuspiu as palavras ao se referir à pequena Kala.
     - Era a minha missão... - fungou - Minha missão era te proteger para que você não causasse caos sob as terras.
     Maya congelou. Caos sob as terras?
     - Alguém como você é raro, Maya- aquele medonho monstro se aproximou -Pena que sua mente não seja tão sadia como eles esperavam. 
     - Eles quem?... - Maya encolheu-se. Ela estava paralisada e indefesa.
     - Os Caeles... AAAGHT! - como se ele tivesse sentido uma dor inexplicável, ele caiu se debatendo no chão, deixando uma expressão confusa à Maya.
     - Esqueceu que foi proibido de pronunciar nosso come, Colidius Tantibus- Kala, nem chegando perto de parar de chorar, disse rispidamente, com total nojo do tal.Kala conhecia-o?
     Ele não conseguia falar. Só acompanhou-a, olhando-a pelo canto do olho. Percebe-se que ele estava tomado de ódio.
     - Maya, ou você descobre a verdade agora, ou nunca mais. - ela se aproximou. Logo tomou proporções angelicais, com olhos e asas tão brancas e reluzentes que toda a escuridão que envolvia-as se foi. Uma sensação de paz tomou conta do corpo da outra, e ela não pôde deixar de suspirar, aliviada pelo ar ter ficado mais leve de se respirar - Eu sou uma Caeleste Duce. Os nossos ajudam osSpecialis à encontrarem seu caminho de luz para guiarem as pobres almas perdidas. Você é uma Specialis, Maya. Você é a Rainha dos Sonhos.
     O que?! Espera, O QUE?!
     - Ela pode ser uma rainha, mas será uma que não reinará absolutamente nada! - Colidius se recuperou e avançou em Maya, que estava atordoada por tantas informações.
     


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     - Maya? - uma voz angelical à chamou. Um eco tomou conta do local.
     - ... O... O que?... - fazendo um grande esforço, ela abriu os olhos. Viu-se em um lugar reluzente, branco, mas estranhamente familiar. Tudo que enxergava estava embaçado e ela forçava-se à tentar enxergar algo além de borrões.
     - Acorde, pequena. Você tem muita coisa para fazer.
     - Kala... Kala... - balbuciou, tentando lembrar-se de suas últimas memórias. Sentiu o chão tremer.
     - Oh, não! - a voz entrou em tom de desespero - Por favor, Maya, não faça nada que eles pedirem! Acabe com essa guerra mental! Salve Kala, salve todos!



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      A pequenina Maya acordou com o barulho do que aparentava ser uma discussão. Atordoada, tentou se levantar. Foi tudo em vão. Ela não sabia onde estava. Um calabouço? Prisão? Terra desconhecida, talvez?
      Parece que alguém a percebeu.
      - Então você acordou. - reconheceu a voz de Colidius. Nojo. - Espero que tenha tido bons sonhos. - Maya percebeu o quão sarcástica era seu tom de voz. Isso à irritou.   
      - Onde você está? APAREÇA! - ordenou, num ato ingênuo.
      - Maya, Maya, Maya... Eu estou em todos os lugares. - ela sentiu pelos grossos em suas costas. Se virou, e não viu nada além de... Nada. - Eu sou o corvo que se esconde à noite. Eu sou sua sombra sob o sol. Eu sou... - a voz se aproximou. - O lado negro de sua alma.
      Risos. Mas... Não eram só dele. Havia alguém com ele.
      - Palmas ao rei! - uma voz feminina se aproximou. Era fina e insuportável. Mas, além de tudo, sarcástica. Como se a dona dela não fosse muito "amiga" de Colidius. Maya se virou e viu uma leoparda cheia de adornos negros, magra, e, aparentemente, fraca.
      - Ah, sua imprestável... - ele irritou-se com a leopardo. Como se fosse uma ordem de Colidius, a pequenina Maya novamente tem suas vistas escurecidas e desmaia. Ela não suportava a quantidade pesada de energia negativa no ar.


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      Eu ria. Estava acompanhada de minha dama de companhia, consequentemente minha melhor amiga, á caminho do nosso lar no palácio.

      Corremos pela ponte de madeira branca que atravessava um riacho em pleno frio do anoitecer de outono. As folhas amareladas caiam gentilmente. Era como se fôssemos novamente filhotes.

      Chegamos, finalmente. E eu tinha muito do que fazer.

      Minhas leais servas prepararam a minha sala branca, com janelas esculpidas no próprio cristal dando-me acesso à melhor vista da lua cheia do palácio. Aquilo me acalmava. Era uma terapia para mim, como se eu tivesse um tipo de "ligação" com a noite. E eu tinha.

      Eu me sentei no centro. Sorri e balancei alegremente minha cauda. Eu não era mais criança, mas também não era adulta. Mesmo assim, me sentia feliz ao conceder belos sonhos à todos os que merecem por ter passado um árduo dia de trabalho e terem sido felizes, mesmo nas mais difíceis circunstâncias. Um bom coração resulta em uma sadia alma

      Fechando os olhos, cantarolava aos sábios;
     
"Não sou nada,

Nunca serei nada,

Não posso querer ser nada,

À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

(créditos à Àlvaro de Campos)




     E assim começa mais uma doce noite àqueles que merecem.




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O fim da visão passada.

O começo da realidade inacabada.




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Capitulo 5
Por:Camila Machado




"E assim começa mais uma doce noite àqueles que merecem.




O fim da visão passada.

O começo da realidade inacabada."



Ela acordou junto ao temível ruído da tormenta, chovia, ela podia ouvir o som da ventania de forma clara, folhas voavam por todos os lados, seu pelo jazia molhado, sua visão era turva e a respiração descompassada. Ela olhou ao redor, não estava em nenhum lugar desconhecido, ela estava nos galhos mais baixos de uma grande árvore, atordoada, incrédula, ela então desceu da árvore com dificuldade, suas patas tremiam, a leopardo parecia estar fora de seu corpo, ela procurou pelas imagens que vira, mas nada encontrou.


_Isso foi... Um sonho?-Maya se assustou com a própria voz, era sumida e trêmula
Aquela dúvida permaneceu em sua mente, lhe atormentando a todos os segundos.


Um sonho.


Não parecia ser um sonho.


Não podia ser...


_Agora você vê, ilusão?- Aquela voz a assombrava novamente, Maya se virou, mas não via nada, a não ser a própria sombra. – Olhe ao seu redor, isso e culpa de sua negligência, de sua relutância, por que você nunca ouve? Tudo o que viu hoje, e tudo o que ainda verá... Tudo é reflexo de suas próprias ações!


Ela se viu paralisada, uma onda de culpa viajou por seu corpo, mas ela não sabia dizer por que. A voz  parecia vir de todos os lugares, do ar, do chão, das gotas de chuva, até mesmo dela mesma.


_Está dizendo que é culpa minha? – Respirava pesadamente e tentava a todo custo controlar suas emoções, mas suas tentativas se mostravam ineficientes.


A leopardo deu um passo para trás e se atreveu a fugir, era demais pra ela.


_Isso não cabe a mim decidir.


Não parecia ser um sonho.


Não podia ser.


Era como o chão se abrisse sob suas patas. Um raio rompeu os céus violentamente, Maya tropeçou nas próprias patas, aquela energia escura voltou, a atmosfera era pesada.

Era real? Ela não sabia? Como poderia ela ser a "Rainha dos Sonhos", se não sabia diferenciaro que era real do que não era?

Ela não era forte o bastante, ela não servia para isso, não poderia proteger Kala e os demais, não podia proteger nem mesmo a si mesma. 

Ela ouviu passos rápidos vindos por trás, fechou os olhos em desespero, ela sabia o que era, o mesmo mal que matar Kisha...

_Você vai mesmo deixar tudo acabar assim? Maya, por favor, seja forte! Encontre o caminho, não tenha medo! 

A voz daquela que se autointitulava sua guia a acalmou. 

E ela abriu os olhos, seu colar brilhava de uma forma descomunal, e lhe iluminava o caminho. Ela seria forte. Enfrentaria seus demônios.

 Ela seria Rainha dos Sonhos afinal...

 Que comece o show...

 Não podia ser.


Capitulo 6
Por:Eduarda Rodrigues


Ela seria a Rainha dos Sonhos afinal...


Que comece o show...



Não podia ser.



Ela sabia que não estava forte o bastante,e o medo tomava conta da sua alma,ela não queria morrer logo agora,mas não tinha o que temer,não tinha o que perder..



Ela caminhava pelo mundo mágico,mas,sua visão estava embaraçada,estava atordoada no momento,escutava as vozes que nem sabia se eram de sua cabeça,ou eram reais...sentiu que algo bateu em sua cabeça.Ela apagou.



Ela acordava aos poucos.Sentia seu pelo molhado da chuva,a tempestade ainda estava pelos céus,sonolenta ela sentia mais uma presença por perto.Se levantou e ergueu o seu corpo que estava no chão,levantou desconfiada e olhou os arbustos.



-Saia!Eu sei que você está ai...-Os arbustos se mexeram.


-Queria me desculpar moça.Sou do reino vizinho,a encontrei ali no chão caída a alguns minutos atrás.-Ele saia dos arbustos que o rodeava,era um jovem leopardo assim como ela.

-Só peço uma coisa,que se afaste de mim.-Ela se retirava de perto do jovem leopardo,que estava se aproximando cada vez mais.Sabia,que qualquer alma que conhecesse seria mais uma possível alma morta.

-Minha cara,não precisa temer a mim.

-Você está confuso.Quem tem de temer é você!-Ela agora cuspia palavras no pobre leopardo,tentando afasta-lo dela.Mas ele nada temia.

-Pare.Deixe-me ajuda-lá,não irei decepciona-lá.

-Eu só não quero te machucar...Você parece ser um leopardo legal,e ficando do meu lado só irei lhe trazer prejuízo...

-Eu não tenho medo de me machucar.Venha comigo,a tempestade irá começar em breve.-Ela olhou para o céu,e ficou lá parada olhando.A garoa estava começado.

-Venha!An..-Indagou.
Esta imagem não é minha.Ela foi feita totalmente por Eduarda Rodrigues.e Somente ela pode usar

-Que foi?-Respondeu ela.

-Eu não sei o seu nome.

-É Maya...

-O meu é Raji.Você me lembra a uma menina que conheci no passado.A história dela nunca teve final.


-Que menina?



-Eu a conheci a tempos atrás.Eu era muito pequeno na época,vi ela uma vez,e senti que nossos destinos tinham se cruzado,mas não se uniram...Eu nunca mais a vi.Mas seus olhos me lembram a ela.


-Você nunca soube o nome dela?-Ele balançou a cabeça sinalizando que não.A chuva forte começou,ele estendeu a sua pata a Maya que sem escolha estendeu a pata ao leopardo,que a levou para um tronco de uma árvore oca,que estava seco.Nuvens do céu desabam sobre a terra,era uma grande tormenta.Ela balançou o seu pelo grosso,para se deitar,mas em volta de seu pescoço sentiu que faltava algo.Olhou,e colocou a pata em seu pescoço,e o colar não estava lá.


-Não!Não!!-Ela entra em desespero,andava pra lá e pra cá,e decide saltar em meio a tempestade,e correr aonde tinha acordado,mas nada lá achou.Raji foi atrás dela,mas não a achava no meio da tormenta.

-Me ajude!Eu a perdi!-Ela suplicava para os céus desolada,até que um fio de luz irradio dentre as nuvens.Começou a ouvir gritos,gemidos,choros e clamores vindos de sua cabeça,que ecoavam dentro dela,torturando-a.

-Parem!!!-Ela chorava desesperada colocando as patas nos ouvidos.

-Ora..ora...-Toda a tortura dentro de Maya tinha acabado quando avistou-a sua guia vindo em sua direção. -Desleixada!Alguém no outro mundo,roubou a ilusão de você!Você precisa ir até lá,e pega-lá,a tempo,se não irão destruir tudo,haverá só trevas,apenas pesadelos e demônios dentro de todos!

-Como eu a encontro?Eu preciso de sua ajuda!

-Como vejo,não consegue achar o caminho sem uma ajuda.Eu a levarei até o mundo inferior.Talvez seu amigo sirva de ajuda a você,já que não consegue sozinha.

-Não irei coloca-lo no meio desta confusão que eu criei.Quero ele protegido aqui na terra,e que você tome conta dele.

-A levarei até lá.Mas a guerra não é minha,e sim sua.A joia tem seus poderes,só você tende saber manuseá-la.

-Irei conseguir fazer isto,desta vez irei...

-Espero que desta vez não falhe,senão seu suposto amigo ''Raji'' morrerá por sua causa.

-Proteja-o,e proteja todos deste reino,e não terei mais nada a temer.Agora...Me leve até ele.

-Você só precisa dormir.

Capitulo 6
Por: Beatis Dias Lioness

Você só precisa dormir.
Maya estava decidida que queria enfrentar seus medos para salvar a si mesma e a todos que conhecia. "Você só precisa dormir..." Essa frase ecoava em seus pensamentos enquanto tentava fechar os olhos e dormir, não só essa, mas várias coisas se passavam na cabeça da jovem leopardo.
-"Eu tenho que enfrentar meu medo, senão todos vão sofrer... Mas, e se eu perder essa luta? Se eu perde-la todas as almas que conheço serão amaldiçoadas, mas se eu não tentar, Raji e todo o reino morrerão..."- E aos poucos Maya foi se entregando outra vez ao mundo dos sonhos, ou a sua verdadeira realidade? Ao longe só se ouvia alguém lhe chamando, Raji, ele gritava por Maya, mas agora ela não podia mas escutar, estava agora no paraíso, ou talvez no inferno? Aquilo era um sonho, ou um pesadelo real?
Maya estava num transe, num lugar como o infinito, preto, sem fim, não importava a direção em que corresse, não chegava a lugar nenhum. Foi quando ouviu a voz de sua guia.
- Maya, lembre-se, só existe luz e sombra, mas tudo continua sendo uma ilusão.
Ela não entendeu. Avistou uma parte de luz e outra de escuridão total, ela estava bem no meio, para onde ir?
- Agora me vou. - Sua guia desaparece em meio a luz, que se apaga num vento forte, como se fosse fogo.
- Não! Não me deixe! Ainda sou muito nova pra entender! Ainda preciso de sua ajuda! Me ajude!.
Maya tenta correr, mas antes que pudesse fazer qualquer movimento recebe a mesma pancada que sentira da ultima vez e acaba desmaiando. Acorda ainda sentindo uma dor na cabeça da pancada. Percebe que estava nada mais nada menos do que no mesmo lugar onde estava quando acordou da última vez.
Era um universo parecido com o dela, só que obscuro e frio, se podia ouvir em todo lugar gritos, lamentos, choros, desespero. Estava verdadeiramente no inferno. Um vento frio e gélido passava por ela, sentia frio e medo, ela era seu próprio inimigo: O medo, o medo que a consumia e a apagava cada vez mais e mais, aos poucos. Maya se encolhe e solta uma lágrima solitária, não conseguia se mexer, a negatividade do lugar e o medo a deixava fraca.


~Narração feita por Maya.~


Aquele lugar me fazia sentir triste, sozinha... A unica coisa que conseguiu me mover naquele momento foi um som, de gritos, lamentos, como os vários que haviam ali. Mas aquele sofrimento não era de alguém qualquer, não, eu conhecia aquelas vozes... Foi uma coisa horrível que passou pelo meu pensamento naquele momento "Oh não! São meus amigos!... O que eu fiz? O que eu fiz? A culpa é minha... Eu sou uma maldição para todos, uma ameaça, pensam que sou a salvação, mas eu não sou!" Tinha vontade de voltar a acordar, mas não podia. Meus amigos pediam pela minha ajuda, suplicavam, eu não podia abandona-los. Na minha mente escoava a frase "Só existe luz e sombra, mas tudo continua sendo uma ilusão..." O que isso significava? Isso eu não sei. Só sabia que nesse momento preciso ir salvar meus amigos que precisam de mim!
Segui os gritos agoniados e sofridos de meus amigos, ouvi uma voz atrás de mim, me virei e avistei não muito longe uma sombra de um leão macho adulto, com pequenas manchas, como um leopardo.
- Olá, Vossa majestade! - A sombra se curva com sarcasmo no sorriso diante de mim.
- Anh? - Indaguei.

- Procuras algumas coisa, rainha dos sonhos? - Ele levanta a pata e nela segurava minha ilusão, todo o meu poder, e mais do que apenas isso, podia ver refletido na pedra brilhante do colar os rostos que pediam o meu socorro.
- Maya, nos ajude... Nos ajude...
- Não Maya, você é muito fraca e tonta para salvá-los, não sabe salvar a sua própria vida!
Naquele instante, para mim, tudo começava a se embasar, ficar longe... Mas eu não podia desistir...
- Não! Não! - Eu tentava me defender daquele que me deixava cada vez mais longe, foi ouvindo e recordando uma única frase que eu tive um "clique" de como conseguir libertar a mim e a todos...

exite luz e sombra...

... Mas tudo continua sendo
uma ILUSÃO!...


Capitulo 6
Por: Lady Gabes ²


Ilusão ou premonição?




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   Conto para ser ouvido com a música I Can't Sleep, de Vanic(virou TWT agora? HUE)
(Vocês podem pular o início que é longo e ir para o refrão e_e)

(Nota da Jùlia: Eu não faço ideia se essa é a musica certa,foi a que consegui achar)


   Maya acordou, de súbito. Estava novamente na cela. Melhor: Ainda estava na cela; nunca havia saído de lá.
   "Todas essas visões... Tudo isso..."
   "A Rainha dos Sonhos não só faz sonhos, como sim prevê em sonhos." uma voz na sua cabeça quebrou o silêncio.
   - Kala?! - não se segurou e exclamou em voz alta.
   "Shh, não faça isso sua tola!" contrariada, Kala urrou  "Podemos nos comunicar por pensamentos. Specialis conseguem fazer isso com Caelestes."
   "Kala, por favor, me ajude! Pegaram meu colar... Eu... Eu não sei o que fazer! Aquele cafajeste vai acabar com tudo, e... E..."
   "Céus! Não perca o controle! Você não é a única que está nessa situação."
   "Existem mais rainhas?"
   "Não! Eu estava referindo à mim! Ah, e, existem sim. Rainha da Noite, Rei da Terra, Lorde das Relíquias... E a maioria está sem poderes, assim como você. Colidius fez um golpe ágil, atacando os mais fracos primeiro e juntando os menores dos poderes, assim, com o tempo, ficará cada vez mais forte. Você ainda estava em despertar, mal sabia fazer nada direito. Você enfraqueceu pelo desequilíbrio. Culpa de Colidius, pra ser mais direta."
   "Ow, ow, ow, muita informação, pouco cérebro.Quer dizer que..."
   "Que mais Specialis estão sem seus amuletos e presos e Colidius está ficando mais forte à cada hora? E também que ao despertar da fúria dele ele fez você cair e perder poderes? E que eu estou presa? E que vai dar muita merda? Sim, foi isso que eu quis dizer."

   "E o foco dele sou eu?... Por que?!"
   "Pense, Maya. Ele é feito de pesadelos, e você de sonhos. Duh."
   Aquela conversa foi interrompida pela a porta, aberta subitamente. Um guarda arrogante e mal cuidado forçou Maya à acompanha-lo, brutalmente. A pequena bufou de raiva e o acompanhou. Os dois passaram por um extenso corredor, fedendo à fezes, urina e vômito. Isso fez a cabeça de Maya girar por alguns momentos. As celas do corredor estavam cheias de ferrugem e teias de aranhas, e as pobres criaturas presas por muito tempo lá suplicavam por liberdade e misericórdia. Aquilo doeu o coração de nossa majestade.

   Ao acabar de atravessar o corredor agonizante, de cara à um portão, o guarda ordenou-a:
- O que tem nessa sala tu não podes sequer olhar. - ao dizer algumas palavras estranhas e sem sentido para a pequena, a visão da tal escureceu-se, então ela não viu mais nada, e apenas foi guiada pelos empurrões estúpidos do guarda. Só recuperou-se depois de muito tempo, e, agora, estava nos pés da escadaria à um trono. Um trono familiar.
   - O que é isso? - ela olhou ao redor. A sala era velha e cheirava a pó. As paredes, brancas encardidas, estavam cheias de buracos. O chão, de pedrinhas cintilantes, agora parecia lavado com esgoto.
   - Isso, Maya - a voz atormentadora de Colidius preencheu o local silencioso - Era seu trono. 
   Como se uma adaga acabasse de perfurar seu peito, Maya gemeu.
   - Agora, na nova era, é meu. - Colidius materializou-se no meio da escadaria, e começou à subi-la. Cada passo que ele dava parecia um dia contado na vida de Maya.
   Então, ao sentar no trono, uma explosão de trevas e calor percorreu o palácio, e os buracos na parede, juntamente com as gretas do chão, irradiavam uma névoa escura. Então, como se a pequena tivesse perdido tudo o que ainda lhe restava, ela gritou. E chorou.
   - O lado ruim de ser banido, é que não posso matar Specialis. - Colidius olhou para ela, com nojo - Mas, pelo lado bom da coisa, tu mesma podes fazer isso. - ele deu um sorriso sádico, e no centro da sala, surgiu uma corda amarrada em forma de forca, e uma escadinha.
   Maya virou-se para aquilo.
   Uma pausa.
   E um raio rasgou os céus.
   - Vá; faça. Não lhe resta mais nada aqui. Tu não tens ninguém. De que vale sua vida, rainha? Vossa majestade perdeu a coroa há séculos, só não percebeu. - o discurso de Colidius doía a leopardo na alma.
   Ele estava certo.
   De quê vale?

   Lentamente, ela andou até seu fim, subindo degrau por degrau, e colocando seu pescoço fino na corda, então hesitou.

  

Capitulo 7                       - Vá! Pule! - Colidius berrou.         
Por: Pamela Chan                                      Mais um raio.

 Maya ainda não havia pulado, mas seu coração já aparentava ter cessado suas batidas. Sentia as farpas da corda arranharem levemente seu pescoço. Suas garras foram, quase automaticamente, desembainhadas quando a pequena encarava a morte de frente e se preparava para jogar-se nos braços de tal...quando aconteceu.
Uma dor lacinante atingiu seu corpo por inteiro, inicando seu percurso nas patas e percorrendo até a ponta da cauda. A leopardo cambaleou e caiu da pequena escada negra. Colidius, que até agora assistia o show plenamente satisfeito, levantou-se do trono, confuso. A escadinha, que possuía a completa parte de sua essência composta pelos pesadelos materializados de Colidius, desaparecera e Maya agora agonizava no chão. A dor latejava na região de sua cabeça e, quando a pequena não aguentava mais a dor, pontos pretos dançaram em sua visão e, logo, a consumiram por inteiro.
....................
"A história dela nunca teve um final..."
E minha história? Qual o seu final?
E a nossa história? O que nos aguarda?

Maya sentia como se um tornado de pensamentos invadisse sua mente, todos de uma vez. Sabia que eram suas recordações perdidas, porém, por mais que tentasse e se esforçasse, não podia agarrar-se a elas. Apenas deslizavam por entre suas garras, como lamúrios distantes esquecidos na penumbra de sua memória. Recordava-se apenas de palavras soltas e sem significado até então.
Como num baque, Maya se viu como uma estúpida criança, brincando de ligar os pontos com seus próprios pensamentos, as palavras flutuavam por entre sua mente...
Quando, enfim, ganhou forças e abriu os olhos, teve um vislumbre diferente do castelo de onde estava.
O local estava limpo e vazio, cheirava á Gardênias na estação da Primavera. Uma luz branca adentrava os vitrais coloridos do castelo, irradiando e espalhando suas cores pela sala branca do trono, desocupado.
A intensa brancura do local despertava imensa pressão no peito de Maya. A quietude fazia-lhe com que lágrimas brotassem de seus olhos. Era como ter saudades de algo que nem sabia o que era, como se recordar de algo que não lembrava. Essas intuições a fizeram caminhar até seu trono, bem no alto. Cada degrau que subia na escada até ele fazia seu peito apertar-se mais, com a memória de Colidius repetindo seus passos...isso Maya até gostaria de esquecer...
Ao finalmente chegar em seu trono, passou um tempo admirando. Quando Colidius sentou-se nele na noite da tempestade ele assumira a forma de sua essência original: pesadelos. Havia se tornado escuro e sem vida. Refletia apenas o negro e a sombra. Porém, agora, estava diferente. Ele era pintado e adornado todo de branco, como o resto da sala. Parecia brilhar de tão belo. Seis pequenos diamantes encrustavam-se no topo do encosto e pareciam ser colocados estrategicamente ali para refletir as luzes vindas dos vitrais transparentes acima dos coloridos e se tornarem um caleidoscópico de cores diversas. A leopardo não se lembrava de seu trono ser tão grande e tão magicamente belo. Ao sentar-se nele, porém, toda essa mágica se esvaiu. Sentiu novamente como antes, quando um turbilhão de memórias tentou invadir sua mente. Sua cabeça doía e tudo que ela queria era livrar-se dos sonhos e poder agir conscientemente...
"Impossível, Maya...os sonhos são a sua arma agora."
Maya abriu os olhos. O turbilhão havia passado. Estava jogada em um jardim. Um incrivelmente belo jardim, com Damas-da-Noite e Gardênias separadas lado a lado e Jasmins e Camélias separadas no mesmo estilo em curvas de nível. Árvores se espalhavam no ponto alto do lugar, dando a Maya a impressão de que estava completamente sem saída. No centro, uma fonte de porte mediano sob as pedras brancas do chão. Na outra extremidade do canteiro, lá estava ele:
"Você...outra vez."
Maya percebeu que não podia falar. Sua fala saiu em forma de pensamento.
Com um sorriso, ele se aproximou e ela se deu conta de que era a primeira vez que o via sorrir durante todo esse tempo:
"Ora, não faça assim, Até parece que não te satisfaz ver-me novamente."
A leopardo sentiu a boca retorcer num meio-sorriso. Não estava plenamente satisfeita em vê-lo, mas também não o odiava.
Após um longo suspíro, ela percebeu que ele a encarava com seus olhos espectrais vazios. Talvez estivesse apto a ajudá-la...ela só saberia se tentasse:
"P-por favor, me ajude! Não sei mais o que acontece comigo, não consigo entender nada. Minhas memórias se esvaíram a tanto...tudo que queria era recobrá-las e reparar tudo. Estou confusa demais. Me diga: o que tenho de fazer?"
O espectro continuou a encará-la até Maya se sentir desconfortável. O jardim a sua volta era silencioso, embora a pequena visse pássaros de diversas cores e tamanhos voarem ao redor. Ele pareceu perceber que ela reparava no jardim:
"Por acaso sabe onde nos encontramos, Maya?"
Ela negou com a cabeça:
"Este é o seu jardim...ou era, em tempos não tão distantes."
"Meu jardim?"
"Sim. E, antes de você, era meu."
"Como?"
Ele sorriu na confusão de Maya:
"Sabe...você reclamava, no início. Caminhávamos juntos por este jardim e tudo o que eu ouvia era sua birra de criança, reclamando que tudo aqui era sem cor devido ao branco sem graça das cercas e do chão. Mas você parecia não se dar ao trabalho de olhar por cima e ver as belas flores coloridas que se encontravam aqui. Você sempre foi assim..."
Maya não compreendia, como aquele ser vazio sabia tanto da sua vida?
Notando o pouco entendimento da leopardo, ele continuou:
"Porém, quando finalmente assumiu o trono...não sei. Você mudou. Nunca deixou de pôr defeito em tudo, mas passou a apreciar tanto o branco que revestiu todo o seu salão principal com ele...julgo que, caso interprete mal esse comportamento, diria que é fruto de uma homenagem...ou quem sabe não...posso estar equivocado."
Maya revirou os olhos, ele parecia estar falando mais consigo mesmo do que com ela:
"Mas uma coisa eu sei: você sentiu a minha partida."
"Como posso sentir algo por você? Mal o conheço!"
Ele abaixou o olhar e se aproximou. Pela primeira vez, Maya notou o quão eram semelhantes:
"Sei que você mente, Maya. Você pode não se lembrar, mas o seu coração nunca esqueceu. Tente. Pense com o coração..."
A leopardo olhou fundo naqueles olhos vazios, tão vazios quanto o branco do jardim. Ele brilhava tanto que tornava até difícil visualizá-lo direito, mas ela não parecia se incomodar com isso. Quase que inconscientemente, sua boca pronunciou em mudo a palavra que foi dita pela mente:
"Meu...irmão..."
Ele pareceu sorrir por debaixo da luz, que, agora, havia aumentado ainda mais:
"Quero te ajudar, minha irmã."
Maya sentiu os olhos se encherem abruptamente de lágrimas. Curvou o corpo, mal conseguindo aguentar o peso da dor. Chorou e soluçou o mais alto que pôde mesmo sabendo que ali, naquele cenário de silêncio, nenhum som era produzido. Seu irmão não se moveu. Esperou pacientemente o tempo de Maya até que ela fosse capaz de perguntar:
"Eu não entendo...irmão...como?"
"Eu era o Lorde dos Sonhos, Maya. Antes de você, eu governava os sonhos. Papai e mamãe partiram cedo, me deixando na responsabilidade de cuidar dos sonhos e da irmã pequena. Você foi criada exclusivamente por mim e, com a ajuda de alguns criados, você cresceu educada. Durante o dia éramos só eu e você e durante a noite éramos só eu e os sonhos. Eu te amei, Maya, mais que minha própria vida. Por isso, quando me foi dada a chance, eu me sacrifiquei por você."
Maya não conseguia falar. Como uma luz na escuridão, finalmente, parecia se lembrar. Caleb era seu nome. Não se lembrava totalmente, mas conseguia recordar da alegria em seu peito e do sentimento que fluía ao olhar em seus olhos:
"Colidius veio. Ele era exatamente como é hoje, exalava ódio. Ele veio em busca do colar...e de você."
"De mim? Por quê?"
"Ele sabia o que você se tornaria quando crescesse. Sabia que você era descrita nas profecias dos reinos Speciallis como a Rainha dos Sonhos mais poderosa. Com isso, Colidius, que é o seu oposto, enfraqueceria seus poderes. O mundo teria mais sonhos que pesadelos e, obviamente, não era isso que ele queria. Eu não podia deixar que ele te levasse Maya. Por isso, eu lutei contra Colidius usando o meu colar."
"O mesmo que, agora, está nas mãos de Colidius..."
"Eu lutei contra ele usando todas as minhas forças. Usando um feitiço antigo, consegui prendê-lo e exilá-lo...mas o preço disso..."
"Era a sua vida..." Maya completou, aturdida.
"Agora ele retornou...achei que poderia ajudar você. Me comuniquei com os Caelestes, mas eles já sabiam do perigo que você corria. Kala foi resignada por mim para te proteger pessoalmente como sua dama de companhia. Ela era sua melhor amiga antigamente, mas foi tarde. Sua mente e seus poderes já estavam enfraquecidos demais. Colidius venceu..."
"Não" Maya gritou em pensamento, interrompendo o irmão "Por favor, eu não posso permitir isso. Você precisa me ajudar a derrotá-lo, eu sei que eu ainda posso."
"Maya, eu não tenho como te ajudar. Não sou possuidor de poder algum e você...todos os Speciallis não são nada sem seus talismãs. Você n...ssssssshhhhhhhh
Maya arregalou os olhos de pavor. De repente, a imagem do irmão tremeluzia. Seus pensamentos pareciam fora de sincronia e ela gritava seu nome em pensamento, sem respostas. O jardim começou a se rachar em inúmeras fendas negras, porém, sem barulho algum. O espectro aturdido do irmão desaparecia. Maya corria pelo cenário e gritava por ajuda sem som algum. Quando deu por si, a pequena leopardo caía em uma fenda aberta sob seus pés...
................................

Quando abriu os olhos novamente, Maya estava de volta a realidade. Colidius ainda estava de pé, exatamente da mesma forma em que o deixara quando desmaiou. Penteava sua juba negra para trás com as patas e seus olhos, pequenas fendas amarelas, brilhavam de surpresa. Se perguntou quanto tempo havia passado e o que faria agora:
- Vamos, levante desse chão!
Maya se levantou. Se sentia fraca e quase não conseguiu perguntar:
- Há quanto tempo estou aqui caída?
Colidius franziu o olhar:
- Que tipo de pergunta é essa? Perdeu a memória?
- Não não...só queria saber...
- Acabou de cair da escada, se isso responde sua pergunta. Estava prestes a pôr um fim na própria vida miserável. Deve ter se emocionado e escorregado na própria vergonha.
Maya concluiu que, talvez, seus sonhos tivessem parado o tempo. Ou talvez tivesse aberto uma fenda no tempo-espaço, não conseguia concluir, mas o tempo que passou nos sonhos era completamente diferente do tempo na vida real, sempre desconfiava disso e, agora, posuía a prova.
A leopardo se levantou, vagarosamente, aos berros de Colidius:
- Vamos, Speciallis imunda, mate-se. Você ainda tem tempo. Nada resta para você a não ser morte!
Novamente a corda e a escada materializaram-se na sua frente, compostas apenas de material negro gritante dos pesadelos de Colidius.
Maya olhou para a forca pendurada. Era tentador fingir que nada acontecia se jogando nos braços da morte, mas ela sabia que não podia. Seu irmão...havia dado a própria vida a Colidius para salvar a dela e ela não ia simplesmente fazê-lo pagar tão caro por nada. Iria honrar e vingar a morte de seu irmão, mesmo que ele disesse que não havia como. Encontraria uma saída:
- Não, Colidius. Não fará comigo o mesmo que fez a ele. Não terei o destino de meu irmão.
Colidius abriu os olhos amarelo-âmbar e sorriu. A brancura dos dentes em contraste com seu pelo negro lhe caía como uma máscara de horror:
- Andou sonhando, pequena Maya? Me impressiona saber que recorda ao menos do seu estúpido irmãozinho.
- Não farei o que você quer, Colidius. Não me entregarei assim.
- Os sonhos temporais. É claro. Você os andou tendo, não é mesmo?
- Que seja. Não te darei o gostinho de minha morte!
Colidius rosnou:
- Guardas, levem-na de volta!
Maya trincou os dentes de ódio e, então, se deu conta. Antes que os guardas a arrastassem até sua fétida cela outra vez, ela mordeu a pata do leão que a escoltava e tampava sua boca e gritou:
- Colidius, você com esse amuleto...não é nada! Você com os cordões Speciallis não possui poder algum! Você tem os amuletos deles, Colidius, mas sua essência é composta por pesadelos...saberia você como fazer proveito de meu colar?
Colidius examinou o colar e, em seguida, franziu os olhos numa fenda sarcástica enquanto os guardas faziam força para levar Maya de volta:
- Oh mas...de que adianta me dar lições de moral de algo que não sei fazer se você também não o sabe?
Maya sentiu a boca se abrir, como um reflexo, pronta para disparar palavras em sua defesa mas, infelizmente, não as encontrou. Ele estava certo. Em outros tempos talvez até manejasse corretamente aquele tão precioso amuleto, mas agora...desconhecia seu passado. A pequena leopardo gaguejou:
- Se não sabe como usá-lo...por quê? O que pretende fazer com isso?
- Não vê? Este pequeno colar é repleto de energia, rodeado de luz. Eu posso sentir...posso sentir, sem ao menos tocá-lo, todo o seu poder...e este não é o único...
Colidius estalou os dedos e uma caixa negra surgiu a sua frente. Ela se abriu e foram revelados vários amuletos de cores e tamanhos diferentes:
- Não sei bem como usá-los, pequena, mas sem eles vocês Speciallis não passam de lixo inútil. Perdem os poderes, perdem o lugar no equilíbrio da Terra...perdem tudo! E, assim, eu fico mais poderoso apenas por meio da comparação. Em relação a vocês, eu sou muito mais forte!
- Você é um exilado inútil, Colidius. Foi banido pelos Caelestes e pelo meu irmão! Você vive á margem de nós. Você é o lixo inútil aqui!
Colidius rugiu e ordenou aos guardas para baterem em Maya. A leopardo foi agredida de todos os lados enquanto percorriam o corredor e jogada como um saco de lixo dentro da cela outra vez. Lá dentro, Kala esperava por ela e voltaram a se comunicar pela mente:
"Como foi a convrsa com nosso agradável Colidius?"
Maya franziu os olhos para a companheira:
"Você...porque não me contou? Porque não me falou de meu irmão?"
Kala aproximou da leopardo, tocando seu ombro:
"Eu...me desculpe Maya. Você teve um sonho temporal não foi? Ouvi os berros de Colidius. Ele deve ter se revelado para você."
"Por que não me contou?"
"Achei que não teria necessidade. Me perdoe."
Maya abaixou o olhar. Era impossível se zangar com Kala:
"Tudo bem. Precisamos agora encontrar uma maneira de derrotar Colidius e devolver os amuletos aos Speciallis...mas não faço a menor idéia de como fazer isso. Sem meu amuleto, não tenho poder algum."
Kala sorriu:
"Seu irmão não te contou, Maya?"
"O quê?"
"Você é a Rainha dos Sonhos mais poderosa que existe ou já existiu..."
"Sim, ele me contou sobre isso"
Kala aproximou de Maya até seus focinhos quase se tocarem:
"Não se subestime, Maya, nunca! Você é dona de uma força descomunal, apenas precisa aprender a usá-la."
Maya sentiu seu corpo esquentar enquanto gaguejava:
"M-mas...Colidius disse..."
"Colidius é um manipulador! Ele te diz coisas que quer que você acredite, ele manipula tudo para que você aja como ele quer que aja! Não caia nas armadilhas dele Maya. Você é dona do poder absoluto!"
Maya se sentiu tonta. Deu uns passos para trás e caiu sentada na palha fedida da jaula. Kala torceu o focinho com um sorriso na boca e falou:
- Bem...eu urinei aí, se não se incomodar...
- Eca!
Maya trotou para longe e se pôs em frente a Kala novamente, voltando a se comunicar com ela:
"Você quer dizer que, mesmo eu mal podendo me aguentar em pé, eu sou forte? Chega a soar ridículo..."
Kala virou os olhos:
"Você não faz idéia de seu poder. Por que acha que Colidius tentou sequestrá-la?"
"Ele só tentou uma vez!"
"Até agora ele se encontrava preso pelo feitiço de seu irmão, mas, não sabemos como, ele conseguiu dominar um feitiço de reversão e escapou das grades. Só agora ele está atrás de você novamente. Você é a única que pode detê-lo, pois você é o seu oposto!"
Maya não se sentia nem um pouco poderosa. Ao examinar-se a si mesma na tina de água, via uma leopardo fêmea comum, repleta de olheiras. O pelo dourado pintado estava completamente emaranhado eseu olhar era vazio, sem esperança ou brilho algum. Parecia acabada.
Kala pôs uma pata em seu ombro:
- E saiba, Maya, que eu sempre estarei junto de você. Sempre! Eu sou sua mais fiel companheira e escudeira...nunca deixarei você.
Maya sorriu e abraçou a amiga:
- Muito obrigada Kala...não sabe a importância que tem para mim.
Kala murmurou qualquer coisa e se virou para Maya, tornando a se comunicar com ela:
"Seu irmão te contou sobre seu prometido?"
"Meu o que?"
"Sobre Raji..."
"Raji?"
Maya recordou-se do nome e contou para Kala que, não havia muito, sonhara com um leopardo chamado Raji. Kala mordeu o lábio:
"Isso é um mau sinal..."
"Por que?"
"Não é hora para pensarmos nisso. Você precisa usar de seu poder para derrotar Colidius...sem seu talismâ."
Maya olhou receosa para Kala e falou:
- E você...me ajudará, não é mesmo?
Kala sorriu e pegou na pata da amiga:
- Sempre...






Em Breve...


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